21 de setembro de 2010

Estrangeirismo

No Brasil ou em Angola encontramos esse tal estrangeirismo. Tirei uma foto de um lugar aqui chamado TAKE WAY. Acho que queriam se referir àquele tipo de lugar em que você faz pedidos rápidos para levar pra casa, ou seja, "to take Away".
O supermercado é EAT EAT...
Os nomes das empresas parecem ser mais "chiques" quando são em inglês. Mesmo se estiver errado.
Pelo menos os nomes próprios aqui ainda seguem as tradições do Kibundo, Umbundu, ou dos demais dialetos africanos.
Não vejo aqui os Maicons, Deividis, etc.
Viva a nossa língua portuguesa.

16 de setembro de 2010

A veia turismóloga

Gente, minha veia turismóloga pulsou mais forte no Miradouro da Lua, ponto famoso aqui da Angola. E realmente muito bonito. Mas o que me chamou a atenção foi a quantidade absurda de lixo no local.
E olha que ele foi totalmente limpo por uma construtora brasileira no início do ano. E agora 9 meses depois está como podem ver aí agora.
Eu fiquei imaginando um restaurante estilo o "Topo do Mundo" ali. Pelo menos uma cantina, lanchonete, ou o que quer que fosse.
Ainda assim vale muito o passeio. E esse dia entrou para os TOP 5 das lembranças de Angola.

14 de setembro de 2010

Et maintenant je suis une élève

Les nouveaux étudiante de français à l'Alliance Française Luanda!
O primeiro dia foi no mínimo engraçado.
Cheguei e entrei na sala de aula e me sentei em uma das mesas. Daquelas cadeiras com a mesinha igual do primário. Quase que minha perna não entra lá dentro.
Logo depois chega a professora, numa roupa africana bem estampada e turbante dourado na cabeça.
E não que o horário pudesse ter qualquer tipo de influência nesse traje, mas eram 14h.
Então ela pede que a turma faça um círculo e que todos dêem as mãos. Por um momento achei que ela fosse rezar antes de começar a aula.
Mas no fim era apenas para que as pessoas se apresentassem.
Entretanto ela não se apresentou. Disse apenas o nome: Je suis Madame Helena. E ai se não chamar de Madame. Percebi que a questão do respeito dos alunos está diretamente relacionada com a postura do professor também.
Terminada uma hora dessa dinâmica voltei para o meu lugar.
O ar condicionado estava gelado e comecei a sentir o lábio ressecado. Tirei então um brilho da bolsa e passei. Praaaa quê! A Madame vira pra mim e diz: "Guarde para depois da aula".
kkkkkkk. Só faltou ela tirar a palmatória também.
Passado algum tempo meu celular toca. Estava no silencioso, tudo sob controle. Mas claro que fui olhar o telefone e lá vem a Madame de novo: "Por acaso já está fadigada da aula?! Por isso não consegue se concentrar?"
Fala sérioooooo!
Isso porque a turma é lentíssima. Em duas horas de aula só vimos como Se Presenter e L'Alphabet.
Français eu não sei se vai render não, mas paciência eu vou ter que desenvolver e muita!

...
Dias depois....



·         Até que a aula tem me surpreendido. Estou gostando muito. O material é excelente e estou mesmo aprendendo. Já estou lendo Le Petit Prince en Français!
Mas tão valioso quanto o aprendizado está sendo a experiência de ter aulas num país estrangeiro. E de cultura diferente.
Na última aula levei mais uma bronca da madame, que disse que eu preciso estudar geografia. Estávamos fazendo um exercício e tínhamos que ligar os países a seus continentes. Mas eu disse que Áustria era na Europa e segundo ela fica na Oceania. E o pior, ninguém da sala se manifestou! Só um peruano percebeu e teve uma crise de riso. Que acabou me contagiando também. Surreal!

6 de setembro de 2010

Eu Professora

Nas últimas semanas eu estive dando aulas para uma turma de 20 angolanos. Na faixa dos seus 20 a 30 anos.
Todos com bom nível de educação, alguns universitários. Mas ainda assim é nítida a diferença da qualidade de ensino.
Chegavam e iam direto para o café da manhã. Bolacha água e sal com manteiga. Que comiam como eu comeria pão de queijo agora, meses longe da minha terrinha.
No almoço saíam os PF’s. Que também eram devorados da mesma forma.
O respeito deles pela figura do professor é algo que me impressionou. Enquanto no Brasil os alunos têm muitas vezes atitudes extremas de desrespeito, aqui é o Deus no céu e o professor na terra.
No início quando eu perguntei sobre a experiência deles, o que pretendiam aprender e as expectativas deles sobre o curso, alguns responderam que queriam um dia poder ensinar.
No último dia tive que tirar foto com um por um. Todos pedindo pra ter uma foto com a professora.
Depois pediram pra me filmar. Queriam que eu falasse em inglês pra eles verem.
Sim eu estou vivendo em um outro mundo. E a experiência de poder passar alguma coisa foi excelente.
Não sou exatamente a mais caridosa das almas. Muitas vezes aqui por medo ou por comodismo é mais fácil se trancar num pequeno mundinho. Mas faz bem conseguir sair um pouco.