31 de janeiro de 2011

Vai ter luta!!!

Um dia desses eu saí do trabalho e pedi ao motorista para parar em alguma farmácia no caminho.
Logo que ele viu uma, encostou o carro e eu desci.
Comprei meu remédio, e no máximo 5 minutos depois já estava voltando. Mas havia um segurança parado na porta do carro.
Ele xingava o motorista e perguntava por que ele não o respeitava. Se era angolano por que não podia lhe respeitar já que quem ele levava não eram angolanos. (Preconceito às avessas)...
E o segurança gritando e se exaltando cada vez mais. E não deixando com que eu entrasse no carro.
Eu fiquei perplexa e sem entender como aquilo tudo havia começado.
Então o motorista desceu do carro, e o outro o seguiu. Assim consegui entrar e trancar logo a porta.
Mas o mais engraçado foi quando o motorista deu um empurrão bem forte no peito dele. Eu achei que o outro ia partir pra cima e os dois iam se matar chão afora, como já vi tantas vezes no trânsito por aqui.
Mas ao contrário o outro murchou. Encolheu. Intimidou-se. kkkk
Afinal era só barulho. Queria ganhar no grito.
Depois vi que o coitado queria apenas mostrar serviço mesmo. Havíamos encostado o carro em frente ao pequeno restaurante em que ele trabalha. E ele veio tirar satisfação.
Enfim, seria cômico senão fosse trágico.
Ou melhor, dessa vez foi cômico, mas poderia ter sido trágico.

10 de janeiro de 2011

chIque, chEque, chOque!!!

Mais uma expressão tipicamente angolana...
CHIQUE – aquele com quem você passeia de mãos dadas no shopping, chega nos eventos sociais e de forma geral desfila pela cidade.
CHEQUE – aquele que paga as suas contas. Do restaurante, da academia de ginástica, das lojas, cabelereiro e quem sabe até água, luz e telefone!
CHOQUE – aquele com quem você sente saírem faíscas, arrepio, frio na barriga, aquela coisa de pele. Ou seja, aquele que dá choque mesmo.
E me garantiram que tem muita angolana que tem os 3 ao mesmo tempo. Só não entendi bem se são 3 pessoas, ou um 3 em 1. Talvez 2 em 1+1. Parece que não sou boa em matemática! ;o)

5 de janeiro de 2011

Linguagem Universal

É a linguagem do corpo. E não pensem logo bobagem!
Estou falando de expressão corporal. Daquela reação que aparece no rosto da pessoa por uma fração de segundos. E que só os atentos percebem. É o que o corpo diz independentemente do resto. E que podemos compreender em qualquer parte do mundo porque vai além do idioma ou da cultura.
E o que me inspirou a escrever hoje foi uma aula de ginástica.
Algo que hoje encontramos em toda parte e que faz tão bem! Pela primeira vez fiz uma aula numa academia aqui em Luanda. E foi uma delícia.
Quer dizer, não começou tão bem...
Primeiro o problema dos preços.
A matrícula, que eles chamam de jóia, tem o preço de uma jóia mesmo. U$150,00! Só matrícula gente. Pra começar a brincar.
Numa academia boa, mas que não está entre as TOP's, a mensalidade varia de U$80,00 a U$140,00. 
Depois desse primeiro choque, entrei numa das salas pra fazer aula de Fit Step. Que é nada mais, nada menos, que um nome moderninho para aquela veeeelha aula de step de 1800 e antigamente.
Pra completar a professora era chilena, eu brasileira, duas alunas angolanas e uma outra tão branquinha que devia ser da Sibéria ou da Finlândia. Umas coreografias parecendo 'Dança dos Famosos'. Toda hora ela parava, desligava o som e mandava a gente repetir. Fazer bem lento até pegar. Ai que preguiça!
Em outros tempos eu ficaria lá. Sofrendo, mas agüentaria até o fim. Só que dessa vez perdi a paciência. No meio da aula parei e guardei meu step. Aí a chica preguntou o que havia. Eu disse que não dava. ‘Desisto!’.
Estava era louca pra chegar a tempo no Total Training. A sala era bacanérrima. É como se fosse spinning, mas tem esteira, elíptico e bicicleta. Um som bombante, professor angolano super animado e ótimo Dj. Aí prontos pá! Me senti em casa.
A aula parecia feita pra mim. Os exercícios todos pareciam desenvolvidos pelo meu personal. Creio que porque a grande maioria das angolanas são como eu: bundão, coxa grossa. Haja aeróbico pra dar conta de tanto material. E no fundo acho que eu é que sou como elas. Pelo jeito eu definitivamente tenho um pezinho no continente de cá...