29 de novembro de 2010

Ursos & Borboletas

Ao invés de zebras, hoje vou falar de ursos e borboletas.
Da lenda de um grande urso que, vagando pela floresta, percebeu que um acampamento estava vazio e foi até a fogueira, ardendo em brasas. Dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.
Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.



Há coisas que nos trazem dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda temos medo de abandoná-las. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos sofrendo.

É necessário reconhecer, em certos momentos, que por melhor que seja o cozido não vale a pena insistir. É preciso soltar a panela...
Mas e onde entram as borboletas nessa história?!
Entram na moral da história. Não adianta correr atrás das borboletas!
Deixo livre as coisas que amo. Se elas voltarem é porque as conquistei, senão é porque nunca as tive”.

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